sábado, 15 de janeiro de 2011

ENFARTE FEMININO

"....Ela comentou que não se sentia bem... doíam-lhe as costas.... Foi
deitar-se um pouco até que passasse... Mais tarde, quando fui ver como
ela estava, encontrei-a sem respiração... Não a puderam salvar..."

Comentou o marido ao médico já no Hospital.
Eu sabia que os ataques cardíacos nas mulheres são diferentes, mas
nunca imaginei nada como isto. Esta é a melhor descrição que li sobre
esta terrível experiência...

Sabias que os ataques cardíacos nas mulheres raramente apresentam os
mesmos sintomas 'dramáticos' que anunciam o enfarte nos homens?
Refiro-me à dor intensa no peito, ao suor frio e ao desfalecimento
(desmaio, perda de consciência) súbito que eles sofrem e que vemos
representados em muitos filmes...
Para que saibam como é a versão feminina do enfarte, uma mulher que
teve um ataque cardíaco vai contar-nos a sua história:

"Eu tive um inesperado ataque do coração por volta de 22h30, sem ter
feito nenhum esforço físico exagerado nem ter sofrido algum trauma
emocional que pudesse desencadeá-lo. Estava sentada, muito
agasalhadinha, com meu gato nos joelhos a ver televisão.
Um pouco mais tarde, senti uma horrível sensação de indigestão, como
quando estando com pressa e comemos uma sandes, engolindo-a com um
pouco de água.
Essa foi a minha sensação inicial... O 'único problema' era que eu NÃO
TINHA comido NADA desde às 17h00.......

Depois, desapareceu esta sensação e senti como se alguém me apertasse
a coluna vertebral (pensando bem, agora acredito que eram os espasmos
na minha aorta).. Logo, a pressão começou a avançar para o meu externo
e subiu até à garganta e a sensação correu até alcançar ambos os lados
de meu queixo..

Tirei os pés do puf e tratei de ir até ao telefone, mas caí no chão...
Levantei-me apoiando-me a uma cadeira e caminhei devagar até ao
telefone para chamar a emergência. Disse-lhes que acreditava que
estava a ter um ataque cardíaco e descrevi os meus sintomas. Tentando
manter a calma, disse o que se passava comigo. Eles disseram-me que
viriam imediatamente e aconselharam-me a deitar-me perto da porta,
depois de destrancá-la para que pudessem entrar e localizar-me mais
rapidamente.
Segui as suas instruções, deitei-me no chão e devo ter perdido os
sentidos quase imediatamente.
Acordei com o cardiologista a dizer-me que haviam introduzido um
pequeno balão na minha artéria femoral para instalar dois 'stents' que
mantivessem aberta minha artéria coronária do lado direito.

Graças às minhas explicações precisas, os médicos já estavam à minha
espera prontos para me atender adequadamente quando cheguei ao
hospital.....

Dicas importantes:
1. Normalmente as mulheres (mais do que os homens) morrem no seu
primeiro (único e último) ataque cardíaco porque não identificam os
sintomas e/ou os confundem com os de uma indigestão. CHAMEM a
AMBULÂNCIA, se sentirem algo estranho. Cada um conhece o estado
natural (ou normal) do seu corpo. Mais vale uma 'falsa emergência' do
que não se atrever a chamar e perder a vida...

2. Notem que eu disse 'chamem os Paramédicos/Ambulância'. AMIGAS, o
tempo é importante, e as informações precisas também.

3. Não acreditem que não possam sofrer um ataque cardíaco porque o seu
colesterol é normal, porque não têm diabetes ou porque 'nunca tiveram
problemas cardíacos'...

Os ataques cardíacos são o resultado da exposição prolongada ao stress
que faz com que o nosso sistema segregue uma série de hormonas
daninhas que inflamam as artérias e danificam o tecido cardíaco.Por
outro lado, as mulheres que estão a entrar na menopausa ou já a
ultrapassaram, perdem a proteção que o estrogénio lhes concedia, pelo
que correm igual risco de sofrer mais problemas cardíacos do que os
homens.

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